Ter uma arara como animal de companhia é uma escolha fascinante, mas que exige informação cuidada e preparação. A arara-vermelha-pequena, a arara-piranga, a aracanga e a arara-macau são algumas das espécies mais procuradas por tutores em Portugal, cada uma com características únicas que influenciam os cuidados e a convivência. Na prática nacional, observa-se um interesse crescente por estas aves, não só pela sua beleza exuberante, mas também pelo seu elevado grau de sociabilidade e inteligência. Contudo, antes de decidir acolher uma arara, é essencial compreender o seu comportamento, necessidades e as obrigações legais associadas.
Este artigo destina-se a esclarecer dúvidas frequentes, fornecer orientações práticas e ajudar a criar um ambiente saudável para estas aves, focando-se sobretudo no contexto português, onde a legislação e o ambiente social têm particularidades que convém respeitar.
Ter uma arara-vermelha-pequena (Ara rubrogenys, conhecida em inglês como Red-fronted Macaw) pode trazer muita alegria, mas também responsabilidades. O foco naturalizado em “uma arara-vermelha-pequena como animal de estimação” ajuda a enquadrar a discussão sobre esta espécie que, apesar de mais pequena, exige cuidados específicos. Em Portugal, estas aves não são tão comuns como cães ou gatos, mas ganham espaço em lares onde há dedicação e conhecimento.
Na observação do dia a dia, tutores relatam que a arara-piranga (Ara macao), popularmente conhecida como Scarlet Macaw, é especialmente apreciada pela sua capacidade de interação e vocalização. Já a aracanga (Primolius couloni), menos frequente, destaca-se pela sua natureza mais reservada, o que exige paciência e adaptação por parte do tutor.
Ao contrário de papagaios ou calopsitas, as araras têm uma envergadura maior, podendo chegar a 90 cm, e uma expectativa de vida que ultrapassa os 50 anos em cativeiro, o que implica um compromisso a longo prazo. Estas aves são inteligentes e requerem estímulos constantes para evitar o tédio e o desenvolvimento de comportamentos destrutivos.
O ambiente deve ser amplo, seguro e enriquecido com brinquedos naturais, poleiros variados e oportunidades de voo. Na prática em Portugal, muitos tutores recorrem a clínicas veterinárias especializadas em aves exóticas para acompanhamento regular, pois a saúde destas araras pode ser delicada, especialmente em relação à alimentação e doenças respiratórias.
Cuidar de uma arara-piranga, aracanga ou macau requer uma rotina rigorosa e atenta. A alimentação, higiene, socialização e saúde são pilares que garantem uma vida longa e feliz para estas aves.
A alimentação deve ser variada e equilibrada, composta por sementes específicas, frutas frescas, legumes e suplementos vitamínicos indicados por veterinários. É crucial evitar alimentos tóxicos como abacate, chocolate ou cafeína. Um erro comum é alimentar estas aves apenas com sementes, o que pode levar a deficiências nutricionais.
A limpeza da gaiola deve ser diária, com troca da água fresca e remoção dos restos de comida. As araras precisam também de banhos regulares, que podem ser administrados através de pulverização suave ou banho em recipientes próprios.
Estas aves são altamente sociais e necessitam de interação diária com o tutor ou outras aves para prevenir a solidão e o isolamento. Na prática nacional, muitos tutores recorrem a técnicas de treino positivo para fortalecer a relação e estimular o comportamento natural da arara.
Estabelecer uma rotina diária para a arara-macau (Ara macao), uma das espécies mais vistosas, é fundamental para o seu equilíbrio físico e emocional. O que se observa em Portugal é que tutores organizados conseguem criar um ambiente estável que reduz o stress e melhora a qualidade de vida da ave.
Idealmente, a arara deve ter liberdade para voar ou movimentar-se fora da gaiola durante pelo menos 60 a 120 minutos por dia, o que ajuda a evitar problemas musculares e comportamentais.
Para tutores com horários intensos, a contratação de serviços de creche canina especializada em aves ou a criação de rotinas com membros da família são soluções viáveis para garantir o bem-estar da arara.
Apesar do fascínio que as araras despertam, muitos tutores cometem erros que podem comprometer a saúde e o comportamento das aves. Reconhecer e corrigir estes erros é crucial para uma convivência harmoniosa.
Um erro recorrente é oferecer dietas desequilibradas, baseadas apenas em sementes e frutos secos, esquecendo a necessidade de frutas frescas e suplementos. Isto pode causar obesidade ou deficiências vitamínicas que afetam o sistema imunitário.
Consulte um veterinário especializado para ajustar a dieta e incluir suplementos adequados. Além disso, diversifique os alimentos e evite oferecer alimentos humanos processados.
A ausência de brinquedos e interações pode levar a comportamentos como bicadas excessivas, gritos e auto-mutilação. Estes sinais indicam stress e tédio, comuns em aves mantidas em ambientes pobres.
Introduza brinquedos variados, como cordas, bolas e peças para roer. Dedique tempo diário para interagir e treinar a arara, promovendo o enriquecimento ambiental.
Se a arara apresentar sinais como perda de penas, apatia, alterações no apetite ou vocalização excessiva, é imprescindível consultar uma clínica veterinária especializada em aves exóticas. O acompanhamento regular é a melhor prevenção.
Escolher entre uma aracanga, uma arara-macau ou uma arara-piranga depende das características individuais de cada espécie e das condições do lar. Na prática nacional, os tutores valorizam a informação para tomar decisões conscientes.
Considere o tempo disponível para interação, espaço físico e experiência com aves. A aracanga pode ser melhor para tutores mais pacientes, enquanto o macau exige dedicação constante.
A manutenção destas aves implica custos em alimentação, cuidados veterinários e acessórios. Além disso, o espaço deve ser amplo: gaiolas com pelo menos 2 metros de comprimento e 1 metro de altura são recomendadas para araras de grande porte.
Em Portugal, a posse de araras está sujeita a regulamentação pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e pela legislação da União Europeia, nomeadamente o Regulamento (CE) nº 338/97 sobre o comércio de espécies protegidas. É obrigatório possuir documentação que comprove a origem legal da ave e cumprir com as normas de bem-estar animal. Consulte a DGAV para informações atualizadas.
Sim, mas devem ter um espaço adequado para se movimentar. A convivência dentro de casa é possível, desde que se garanta a segurança da ave e do ambiente. O tutor deve providenciar áreas específicas para alimentação, descanso e exercício.
A expectativa média de vida é de 50 a 60 anos, o que significa que a decisão de ter uma arara é um compromisso a longo prazo. A longevidade depende dos cuidados, alimentação e ambiente.
Sim, as araras são aves inteligentes e respondem bem ao treino positivo, que inclui reforço com recompensas, para ensinar comandos básicos e socializar. Este treino ajuda a fortalecer a ligação com o tutor e evita comportamentos indesejados.
Mudanças no apetite, isolamento, penas eriçadas, secreções oculares ou nasais e vocalização anormal são sinais de alerta. Em caso de suspeita, deve procurar uma clínica veterinária especializada o mais rápido possível.
Na natureza, são aves sociais, mas em cativeiro devem ser introduzidas gradualmente. O convívio depende da espécie e do temperamento individual, podendo evitar stress e agressividade se bem gerido.
Ter uma arara como animal de estimação em Portugal é uma experiência enriquecedora, mas que exige compromisso, conhecimento e respeito pela legislação vigente. Informar-se junto de fontes credíveis, como a DGAV, consultar orientações clínicas específicas da União Europeia e seguir boas práticas são passos fundamentais para garantir uma relação harmoniosa e saudável com estas aves magníficas.
Para aprofundar, podem consultar ainda o Portal Animal e guias oficiais sobre o cuidado de aves exóticas disponíveis em instituições portuguesas e europeias. A dedicação e o amor são os melhores aliados para o sucesso na guarda responsável de araras.